A Vida de Vlado estreiou na Mostra (24/10) e vai ao ar na Cultura no dia 25/10, às 23h
Para marcar cinco décadas do assassinato de Vladimir Herzog, então diretor de Jornalismo da TV Cultura, a emissora apresenta o longa documental A Vida de Vlado – 50 anos do caso Herzog, com quase duas horas de duração. A estreia acontece na 49ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, em 24 de outubro, às 19h, na Cinemateca Brasileira; na data seguinte, 25/10, o filme será exibido na grade da TV Cultura às 23h. A obra tem narração de Chico Pinheiro, direção de Simão Scholz e apoio do Instituto Vladimir Herzog.
O documentário traça a trajetória de Vlado, da infância na antiga Iugoslávia — marcada pela fuga da perseguição nazista — à vida no Brasil ao lado de Clarice Herzog, passando por passagens por Estadão, Revista Visão, BBC de Londres e duas temporadas na TV Cultura. O filme reúne imagens raras de meio século e fotos inéditas, além de destacar a atuação de Herzog no teatro, no cinema e no jornalismo, incluindo sua colaboração no roteiro de Doramundo, de João Batista de Andrade.
A produção ouve filhos, colegas e ex‑presos políticos — entre eles Paulo Markun, Dilea Frate, Sergio Gomes, Anthony de Cristo e o médico Ubiratan de Paula Santos — para reconstituir o contexto de 1975, quando, acusado de subversão por filiação ao PCB, Herzog apresentou‑se ao DOI‑CODI, foi preso, torturado e assassinado. O filme revisita a farsa do “suicídio”, o culto ecumênico na Sé e a longa luta judicial liderada por Clarice, com depoimentos do advogado Samuel Mac Dowell e do ex‑juiz Márcio de Moraes, que condenou a União.
Em paralelo ao resgate histórico, o longa homenageia a dimensão humana e profissional de Vlado, seu rigor informativo e a crença no jornalismo como serviço público. Ao recuperar arquivos, testemunhos e marcos simbólicos — como o descerramento do túmulo no Cemitério Israelita do Butantã — a obra reafirma o legado que se projeta na defesa da democracia, dos direitos humanos e da liberdade de imprensa, mantendo viva a memória de quem transformou dor em mobilização coletiva.
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