Realismo fantástico narra luto, abuso e dupla maternidade à beira‑mar
Thalita Coelho lança o romance Ressaca (editora orlando, 102 págs.), uma narrativa que cruza realismo fantástico, luto e memórias soterradas para acompanhar Marcela e sua filha, Leo, em um percurso íntimo e turbulento. Com prefácio de Monique Malcher e orelha de Nalü Romano, a obra articula linguagem poética e crítica social para iluminar experiências historicamente silenciadas.
A trama nasce do abalo causado pela morte de uma ex‑aluna e se desdobra em temas como abuso sexual infantil, violência de gênero e maternidade lésbica, sem abrir mão do afeto e do humor. O mar do litoral catarinense funciona como força narrativa e metáfora de lembranças que retornam, arrastando personagens e leitores entre vida, perda e reinvenção.
Escrito ao longo de cinco anos, o livro reflete também transformações pessoais da autora — casamento, gravidez e a perda da avó —, que tensionam a linha tênue entre finitude e recomeço. Ressaca propõe uma geografia do sensível em que paisagem e corpo se atravessam, fazendo da água um território de cura, desejo e resistência.
Doutora em Literatura pela UFSC, Thalita é autora de Terra Molhada (2018) e Desmemória (2020), semifinalista do Prêmio Jabuti. Na pré‑venda, até 17/11, apoiadores recebem marca‑páginas, botton e vaga na oficina “A sapatão e a literatura: para além da representação”.
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