Receita Fatal mistura mistério, ciência e humor ácido

Novo romance de Jacyr Pasternak mira a pseudociência e é ótima leitura

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Receita Fatal, terceiro romance do médico infectologista Jacyr Pasternak, chega como uma sugestão de presente de Natal perfeita para leitores que gostam de boas histórias, humor inteligente e temas bem atuais. Ao combinar thriller policial, ironia e crítica social, o livro entrega uma narrativa envolvente e acessível, daquelas que prendem até a última página e ainda rendem discussão depois da ceia. Após o sucesso de Tio Zulmiro não se chamava assim, em que abordou golpes e oportunismos na pandemia de covid-19, o autor volta o foco para outro assunto urgente: o avanço da pseudociência na medicina e os riscos das falsas promessas de cura.

Ao longo de 16 capítulos, Pasternak conduz o leitor por uma trama que começa com a misteriosa morte de quatro membros de uma família de classe média alta dos Jardins, em São Paulo: Carlos, Maria Olímpia e os filhos Henrique e Laura. Sem sinais de violência ou indícios de suicídio, o caso rapidamente se torna um enigma médico‑policial nas mãos do delegado Francisco (que detesta ser chamado de Chico) e de seu novo assistente, Gilberto. As hipóteses se estreitam a duas possibilidades inquietantes: uma infecção por vírus, bactéria ou fungo, ou uma reação fatal a alguma substância tóxica — ponto de partida para que o autor use sua experiência em infectologia e hematologia para ir além do suspense e disparar uma crítica afiada às “terapias alternativas” sem comprovação científica.

Com sua ironia característica, Pasternak transforma a tragédia dos Marques da Cruz em uma narrativa que diverte e, ao mesmo tempo, alerta. Ao expor personagens seduzidos por curas milagrosas, falsos especialistas e discursos anticientíficos, Receita Fatal provoca reflexão sobre desinformação, vulnerabilidade humana e o papel da ciência em tempos de boatos e soluções fáceis. Não à toa, o imunologista Luiz Vicente Rizzo, diretor de pesquisa do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, ressalta na orelha que o livro é “muito mais do que um romance policial”, funcionando também como crítica sarcástica “a tudo isso que está aí”.

A edição traz ainda prefácio da infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, e textos de quarta capa assinados por Heidi Strecker, pesquisadora em literatura na USP e na Universidade de Lisboa, reforçando o diálogo entre medicina, cultura e reflexão crítica. Leitura ágil, cheia de humor ácido e observações certeiras sobre o nosso tempo, Receita Fatal se torna um presente certeiro para fãs de romances policiais, profissionais de saúde e curiosos por temas contemporâneos — e deixa no ar a pergunta que move o enredo: afinal, quem matou a família Marques da Cruz?

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