Quando o tempo não define a qualidade

Chegaram as versões do diretor de Rebel Moon, totalizando cerca de 7h de conteúdo

Elenco de Rebel Moon
Elenco de Rebel Moon / Divulgação

Bem, chegou a hora! Depois das recepções mornas das parte 1 e 2 de Rebel Moon, épico criado por Zack Snyder numa salada completa de trechos e referências totalmente “inspirada” (para não dizer clonada) de filmes como Os Sete Samurais, Star Wars, Gladiador, Conan, Harry Potter, MadMax entre outros, o cineasta resolve liberar (com o aval da Netflix) sua visão “real da obra”, como gostou de frisar algumas vezes numa entrevista dada ao site THR.

Pessoalmente considero Snyder supervalorizado. Com certeza é um bom produtor e até mesmo um criativo decente, mas um diretor mediano. Adoro Sucker’n’Punch, 300 é maravilhoso, mas acho que paramos por aí. Seus filmes são calçados num visual sempre estonteante, cores pasteurizadas, mas de personagens normalmente vazios e mal desenvolvidos. Não acredita? Rebel Moon, parte 1, encontro com o general Titus: como ele simplesmente resolver entrar na luta, como se houvesse uma lavagem cerebral e uma palavra chave. O mesmo serve para os outros personagens. Sem profundidade, motivos ou  inspirações. Simplesmente aceitam o convite e seguem Kora, interpretada por Sofia Boutella. Os personagens são rasos, apenas um pouco de vislumbre do background da protagonista é mostrado, e mesmo assim, não convence. A exceção do antagonista, Atticus Noble, vivido por Ed Skrein, que por sí só já dava o tom no começo do filme: um general “do império”, sádico e obstinado, devotado aos seus superiores.

Bem, se você chegou até aqui e ainda assim deseja enfrentar a maratona para tentar descobrir se melhorou algo com essa versão, não custa saber um pouco (sem spoilers) do que vai encontrar nos filmes (sinopses oficiais):

Rebel Moon Parte Um: A Menina do Fogo”, estreou com notas baixas e muitas críticas, tanto dos críticos quanto do público.

Em “Rebel Moon Parte Um: A Menina do Fogo”, uma colônia pacífica nos confins da galáxia enfrenta a ameaça dos exércitos do tirânico regente Balisarius. Kora (Sofia Boutella), uma figura misteriosa, surge como a única esperança de sobrevivência. Desesperados, os colonos enviam a jovem com um passado conturbado para buscar guerreiros em planetas vizinhos para ajudá-los na resistência. Kora reúne um pequeno grupo de insurgentes, incluindo deslocados, camponeses e órfãos de guerra de vários mundos, todos unidos por dois objetivos comuns: redenção e vingança. Com a sombra do reino se aproximando da lua mais improvável, a batalha pelo destino de uma galáxia começa, dependendo desse novo exército de heróis improváveis.

O filme “Rebel Moon – Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes” dá continuidade à história iniciada em “Rebel Moon: A Menina do Fogo”. Assim como a primeira parte, o novo longa também estreou com notas baixas em portais como Rotten Tomatoes e IMDB.

“Rebel Moon – Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes” continua a saga épica de Kora e dos guerreiros sobreviventes enquanto eles lutam ao lado do corajoso povo de Veldt para defender a colônia lunar, que antes era pacífica. Veldt tornou-se um novo lar para aqueles que perderam suas casas, mas foi forçado a entregar suas colheitas à horda militar do Mundo Mãe, governada por um Império tirânico. Na sequência, os guerreiros enfrentam as verdades de seus próprios passados, revelando os motivos que os levam a lutar. Com a força total do Reino atacando a crescente rebelião, laços inquebráveis são forjados, heróis emergem e lendas são criadas.

Ed Skrein como Atticus Noble em Rebel Moon / Clay Enos - Netflix
Ed Skrein como Atticus Noble em Rebel Moon / Clay Enos – Netflix

Uma coisa é necessário ser dita: se você procura um filme só para se divertir, ver lá umas explosões e lutas, a saga Rebel Moon é até divertidinha. Agora, com o lançamento dessas novas versões (que inclusive possuem a indicação classificativa de 18+), tanto a Netflix como o diretor, talvez estejam tentado salvar a franquia. Espero que Snyder tenha descido do seu palanquinho de sempre colocar a culpa “nos que não entendem sua visão”, calçado uma sandália da humildade e arrumado a ajuda de um bom editor, para conseguir salvar o investimento de cerca de 1 bilhão de reais feito nos filmes. Torço também que não parta para a simples pegação apelativa como algumas cenas completamente dispensáveis em 300…

Pessoalmente, pretendo assistir esses dois SnyderCuts para tentar mudar a imagem que tenho. Mas sempre que leio uma entrevista do diretor, declaração ou coisa similar, confesso que dá preguiça de pegar o controle remoto, a pipoca e sentar na frente da tv. E com 7 horas de conteúdo, haja pipoca!

Ah, lembre-se sempre, que essa é uma opinião pessoal. Você tem direito de discordar 🙂

Editado em 03/08/2024: Resolvi adicionar que, para minha surpresa, até o nome dos filmes foi alterado: o primeiro episódio chama-se agora “Cálice de Sangue” e o segundo “Maldição do Perdão”, o que só reforçou ainda mais minhas preocupações. Comecei a assistir a parte 1 e percebi que na verdade pouco mudou. Inseriram umas novas sequencias de batalhas (bem produzidas, como sempre), mas que de fato nada contribui ao que já existia, mas resolvi ir dormir quando começou a sessão peito e bunda para todo lado que, em minha modesta opinião, são apenas clickbait para dar um pouco de audiência e também pouco acrescentam ao background dos personagens ou a história dos longas no geral.

Infelizmente, Snyder parece não ter aprendido a lição. Uma pena. Resta saber o que vai sobrar da franquia e do diretor depois que a poeira baixar dessas bombas interinstelares. Quando da primeira divulgação do início das produções, Snyder afirmava que os filmes seriam uma trilogia, seguida de muitas outras, mas o que se viu foi três filmes virarem esses dois fiascos. Em abril de 2024, o roteirista Kurt Johnstad afirmou que na verdade a franquia seria composta por seis filmes, divididos em três enredos gravados em duas partes. Fica difícil acreditar que a Netflix vai colocar mais 2 bilhões de reais na mão desses dois.

 

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