Poesia de Flávia Teodoro Alves vira gesto de resistência

Livro reúne 40 poemas sobre feminismo, trabalho e a queda do amor romântico

Divulgação

“Toda reza é tentativa de telecinese”, de Flávia Teodoro Alves, condensa em 50 páginas poemas escritos entre 2015 e 2022, em versos fragmentados que funcionam como diário afetivo e crítico. A autora, arte/educadora e performer da periferia de São Paulo, investiga identidade, assédio e mundo do trabalho, e propõe a escrita como ato de desestabilizar sentidos estabelecidos.

Organizado com um poema para cada ano de vida da autora à época, o livro compõe “a história do pós‑ruína”, reunindo textos excluídos do projeto anterior e inéditos que prolongam as mesmas frentes temáticas. O título, tomado de um verso, sugere que todo desejo e oração são tentativas simbólicas de mover o mundo — uma telecinese pela linguagem.

Diagnosticada na vida adulta com autismo, TDAH e altas habilidades, Flávia entende a literatura como tática de sobrevivência e decodificação do cotidiano. Seus poemas transitam entre o pessoal e o político, atravessados pela experiência na educação pública e pela vivência feminista, em tensionamento contínuo com os códigos sociais não ditos.
Publicado pela Caravana Grupo Editorial, o livro também ganha tradução para o espanhol, “Toda oración es un intento de telequinesis”, acompanhada de perto pela autora para preservar nuances de sentido. O resultado afirma uma voz que articula resistência, intimidade e invenção, convertendo reza em gesto poético de transformação.

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