Obra de Takashi Murakami debate humanidade e IA em história emocionante pela JBC

“Pino”, novo mangá de Takashi Murakami publicado pela editora JBC, é uma obra de ficção científica que promete arrancar lágrimas ao explorar a relação entre uma senhora idosa com demência e um robô com inteligência artificial que ela acredita ser seu filho. Lançado no Japão entre 2020 e 2021 e no Brasil em agosto de 2025, o volume único de 336 páginas traz a mesma abordagem sentimental que consagrou o autor com “O Cão que Guarda as Estrelas”.
Em um futuro próximo, a sociedade conta com ajuda de robôs com inteligência artificial, e um desses seres metálicos é o Pino, cujo tamanho pequenino o faz parecer uma criança. A história acompanha o dia a dia de Pino cuidando de Kio, uma senhora com demência que acredita que o robô é seu filho Satoru, além de uma trama paralela na qual um detetive tenta descobrir se os robôs com IA são capazes de ter sentimentos.
Embora a obra não traga nada de inédito em termos de debate — diálogos que remetem a “Astro Boy” de Osamu Tezuka ou “Pluto” de Naoki Urasawa —, Murakami brilha com uma trama sem vergonha de sentimental. Talvez o único problema seja um evento não previsto pelo autor: o mangá foi publicado pouco antes da popularização da tecnologia de IA Generativa (como ChatGPT), fazendo com que leitores de 2025 possam interpretar que se trata de romantização dessas ferramentas, quando na verdade ele se refere a outro tipo de tecnologia.
Mais do que fazer um debate sobre a possibilidade de uma máquina ter sentimentos, “Pino” provoca ao identificar o que nos torna seres humanos, em uma narrativa que equilibra filosofia e profundidade emocional. Mesmo com a construção óbvia para arrancar lágrimas, o final emocionante cumpre sua missão de fazer chorar, consolidando uma obra recomendadíssima para quem aprecia histórias sobre conexões, perda e humanidade. A edição brasileira traz formato Premium com 336 páginas em papel Polen Bold, oito páginas coloridas e capa com acabamento especial texturizado.
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