The Beast Within, com Kit Harington desperdiça a chance de renovar o gênero
De todos os subgêneros de terror, o filme de lobisomem é talvez o mais difícil de fazer. Embora tenha havido alguns destaques ao longo dos anos, provavelmente houve muito mais erros do que acertos.

O filme que tem no elenco Kit Harington, Ashleigh Cummings, James Cosmo, Caoilinn Springall, é dirigido por Alexander J. Farrell.
Parte do que torna o gênero difícil é a criatura em si, que nunca consegue nos assustar o suficiente. Isso se deve em parte aos efeitos especiais de maquiagem e VFX que, na maioria das vezes, podem parecer bem ridículos na tela. Também pode ser porque muitos de nós somos amantes de cachorros, o que significa que assistir a um homem-cachorro-coisa correndo por aí matando pessoas não é exatamente aterrorizante.
A equipe por trás de The Beast Within estava ciente de tudo isso quando inventaram seu filme de lobisomem, estrelado por Kit Harington, como um licantropo com alguns sérios problemas parentais. Aplicando a velha regra de que quanto menos vemos o monstro, melhor, o diretor Alexander J. Farrell mantém seu canino assassino fora da tela por quase todo o filme. E mesmo quando finalmente aparece, a besta está parcialmente escondida em fumaça e sombra.
É uma jogada inteligente que dá um tom inquietante a esta história de terror infantil, contada do ponto de vista de uma garotinha, Willow (Caoilinn Springall), que cresce em um grande castelo mal-assombrado com um monstro espreitando por perto.

Esse monstro pode muito bem ser o pai dela, Noah (Harington), de quem rapidamente começamos a suspeitar pois tem alguns problemas sérios de pele, cabelo e dentes todo mês quando há lua cheia. Sua esposa, Imogen (Ashleigh Cummings), faz o melhor que pode para lidar com eles, oferecendo a ele porcos vivos para o jantar e mantendo Noah longe o suficiente de casa para não ser um perigo para a família.
O filme tira o máximo proveito dessa situação, seguindo Willow enquanto ela lentamente, descobre a verdade sobre seu pai. Carregando constantemente um tanque de oxigênio devido a uma doença estranha, a garota é fascinada e aterrorizada por Noah, que pode ser divertido em um momento e totalmente ameaçador no outro.
O filme mantém as coisas propositalmente ambíguas, seja em relação à condição de Noah ou aos sinais de que Willow pode ter herdado os genes de seu pai. Isso empresta um certo mistério, mas também significa que há poucos sustos reais no longa.

Como o título indica, The Beast Within é mais um horror psicológico do que um festival de sangue, sondando as lutas emocionais de Willow, Imogen e Noah enquanto eles chegam a um acordo com sua crise familiar. Harington faz um trabalho convincente nesse sentido, interpretando um homem que pode ser amoroso e raivoso ao mesmo tempo. Quando ele revela sua história familiar sombria para Willow, expondo sua fragilidade interior, não é algo que você vê em todas as histórias de lobisomem.
Esses detalhes obscuros são o que tornam o filme intrigante, mas também um pouco decepcionante — porque a primeira regra de um bom filme de lobisomem, ou qualquer filme de terror, é manter o público na ponta da cadeira, enquanto neste o diretor nos mantém na dúvida todo o tempo.
O filme é construído em torno de um conceito que no final não funciona muito bem, especialmente porque não assusta, não aterroriza com um monstro matador e eventualmente falha ao tentar dar uma oportuna reviravolta em um gênero antigo.
The Beast Within não tem título em português e nem previsão de lançamento no Brasil. A matéria original é do The Hollywood Reporter. Se você ficou curioso, pode assistir o trailer em inglês abaixo:
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