Clássico de 1914 retorna em tradução de Junko Ota, refletindo culpa, solidão e o choque entre individualismo e dever social

Originalmente publicado em 1914, Kokoro é o romance mais conhecido de Natsume Soseki e se passa no final da Era Meiji, quando o Japão vivia tensões entre tradição e modernidade; a obra examina o conflito entre o impulso individual e o senso de dever social, abordando a dificuldade de confiança, o peso da culpa e a inevitável solidão humana. Estruturado em três partes — O professor e eu, Meus pais e eu, O professor e o testamento —, o livro acompanha a amizade entre um estudante e um homem mais velho, cuja longa carta final revela traumas da juventude e um desfecho dilacerante.
A edição brasileira chega em 18/11/2025, em formato 16 x 23 cm, 256 páginas, tradução de Junko Ota, ISBN 978-85-7448-327-6 e preço de R$ 77,00; o título “Kokoro” condensa sentidos como coração, mente, alma, sentimento e essência, o que redobra o desafio de tradução e leitura. Elegante e melancólico, o romance oferece múltiplas camadas interpretativas a cada releitura, explorando o que não se diz e, ainda assim, molda vidas inteiras.
No cânone japonês, Kokoro segue como leitura de referência no ensino médio e expandiu seu alcance com a adaptação para anime no projeto Aoi Bungaku (2009), do estúdio Madhouse. Soseki permanece entre os autores mais lidos do Japão por inovar nos romances, ensaios e teoria literária, mesclando influências ocidentais com a valorização da cultura nipônica.
Sobre o autor
Nascido em Tóquio, em 1867, Soseki estudou literatura inglesa na Universidade Imperial e tornou-se escritor exclusivo do jornal Asahi Shimbun a partir de 1907; sua obra, marcada por introspecção psicológica e crítica social, inclui Eu sou um gato (1905), Botchan (1906), Sanshiro (1908), E depois (1909) e O portal (1910). A trajetória pessoal, com crises nervosas e deslocamentos entre Japão e Inglaterra, atravessa seus livros, que legaram ao século XX uma prosa de rara delicadeza sobre culpa, isolamento e desejo de pertencimento.
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