Espetáculo de Caco Galhardo e Dani Angelotti estreia em janeiro com Martha Nowill e trilha original ao vivo
A peça Felicidade estreia em 7 de janeiro de 2026 no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, e fica em cartaz até 1º de fevereiro, unindo música, quadrinhos e comédia para discutir os limites da alegria em um mundo em crise. Escrita por Caco Galhardo e dirigida por Dani Angelotti, a montagem é apresentada pelo Ministério da Cultura e Bradesco Seguros, com produção da Morente Forte Produções Teatrais — que comemora 40 anos de trajetória — e realização da Cubo Produções.
Inspirado na canção Vai (Menina Amanhã de Manhã), de Tom Zé, o espetáculo acompanha uma jornalista e influenciadora de sucesso, vivida por Martha Nowill, que acorda subitamente tomada por uma felicidade intensa e inexplicável — um estado que não passa e passa a reorganizar todas as suas relações. A direção aposta numa estética que mistura HQ e show musical, usando humor e situações absurdas para questionar o que significa ser feliz “à prova de balas” em um país marcado por altos índices de tristeza e depressão.
A trilha sonora original e a direção musical ficam a cargo de Zeca Baleiro, que também participa em cena ao lado da percussionista Layla Silva, criando um personagem-cantor que costura as passagens entre realismo e delírio. No elenco, completam o time Eduardo Estrela, Luisa Micheletti, Nilton Bicudo e Willians Mezzacapa, reforçando o tom cômico e o aspecto quase cartunesco dos diálogos, marca recorrente da colaboração entre Galhardo e Nowill em trabalhos anteriores. Assim como outras produções recentes que aproximam música popular e dramaturgia no circuito paulista, a peça amplia o diálogo entre canção, teatro e cultura pop no palco.
Para a diretora, a mistura de linguagens — teatro, música ao vivo e quadrinhos — é parte de uma busca por experiências mais múltiplas em cena, enquanto a protagonista encarna as contradições de uma felicidade individual em choque com um entorno em sofrimento. A montagem propõe que o riso venha acompanhado de uma pergunta incômoda: é possível caminhar feliz ignorando quem está ao redor — ou a verdadeira “felicidade coletiva” só nasce quando o desejo de bem‑estar se expande para o outro?
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