Anderson Estevan revisita memórias da Zona Leste em livro premiado pela Ria Livraria
Entre batuques, saudade e histórias de esquina, o escritor e jornalista Anderson Estevan transforma lembranças da infância na Zona Leste de São Paulo em literatura. Samba de sétimo dia, seu segundo livro de contos, publicado pela EditoRia (Ria Livraria), venceu o 1º Concurso Literário da editora e mergulha no cotidiano das periferias dos anos 1990, onde o sagrado e o profano se misturam ao som do samba.
Nascido em Itaquera, Anderson chama o novo livro de “volta pra casa”. Escrito ao longo de quatro anos e concluído na pandemia, o autor revisita a própria memória como forma de resistir à solidão e celebrar o passado. “O livro fala sobre finitude, mas de um jeito leve, de festa. É a celebração da vida em meio à perda”, explica.
A narrativa é marcada pela oralidade e pela musicalidade de quem conhece a quebrada de perto. A umbanda, os batuques e o improviso atravessam as páginas, dando ritmo às vozes que ecoam dos ônibus, dos bares e das calçadas. Entre humor e lirismo, Anderson mostra que a malandragem e a fé também são formas de sobrevivência.
Com um olhar afetuoso sobre uma São Paulo invisível, Samba de sétimo dia afirma a potência das periferias como território de histórias e poesia. O autor, que começou na reportagem antes de abraçar a ficção, consolida aqui uma voz própria — urbana, afetiva e pulsante como o toque de um tamborim.
Sobre o autor
Anderson Estevan, 38 anos, é jornalista e escritor paulistano. Nascido e criado em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, publicou seu primeiro livro de contos, “Oito Contos Enjaulados” (Confraria do Vento, 2021). Formado em Jornalismo e com pós-graduação em Jornalismo Literário, foi um dos 30 selecionados para o CLIPE – Curso de Formação de Escritores da Casa das Rosas (2018). Seu segundo livro, “Samba de sétimo dia” (Ria Livraria, 2024), foi vencedor do 1º Concurso Literário da editora.
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