Filme de André Hayato Saito integra shortlist de melhor curta de ficção e amplia trilogia sobre ancestralidade japonesa
O curta-metragem “Amarela”, escrito e dirigido por André Hayato Saito e produzido pela MyMama Entertainment, foi pré-indicado ao Oscar 2026 ao entrar na shortlist do 98º Academy Awards na categoria Curta-Metragem de Ficção. A lista divulgada em 16 de dezembro coloca o filme entre os candidatos ao anúncio dos cinco finalistas, previsto para 22 de janeiro de 2026, com cerimônia marcada para 2 de março. A produção, protagonizada pela jovem Melissa Uehara em seu primeiro trabalho aos 14 anos, já passou por mais de 100 festivais em 35 países, incluindo o Festival de Cannes 2024 (competindo à Palma de Ouro de Melhor Curta), Festival de Havana, Chicago Southland International Film Festival, HollyShorts, Clermont-Ferrand, Hollywood Shortsfest, Festival Tous Courts e o Kinoforum – onde venceu o Prêmio Canal Brasil de Curtas.
“Amarela” é o terceiro título de uma trilogia de curtas em que Saito investiga sua ancestralidade japonesa a partir de um olhar íntimo e autoral, sempre produzida pela MyMama Entertainment. A jornada começou com “Kokoro to Kokoro”, sobre a amizade entre sua avó paterna e uma amiga japonesa, premiado como melhor curta documental no Roma Short Film Festival e destaque em Tóquio e no Festival do Rio. Seguiu com “Vento Dourado”, centrado em Haruko Hirata, avó materna de 94 anos, exibido em festivais como Sheffield Doc Fest, Moscou, Festival do Rio e Kinoforum, e indicado ao Grande Otelo de Melhor Curta-Documentário. Em “Amarela”, ambientado em São Paulo durante a final da Copa de 1998, acompanhamos Erika Oguihara, adolescente nipo-brasileira que rejeita tradições da família enquanto espera celebrar um título mundial, mas acaba confrontada por uma violência invisível que a mergulha em um mar de sentimentos dolorosos.
Para o diretor, ser shortlist do Oscar é um gesto de cura e de reconhecimento para pessoas amarelas no Brasil e filhos de diásporas globais que crescem costurando identidade, afeto e pertencimento. Saito destaca que o filme afirma que “histórias amarelas importam”, que essa presença existe, resiste e merece ser vista, permitindo que novas gerações se vejam na tela e se reconheçam. As produtoras Mayra Faour Auad, Gabrielle Auad e Ilda Santiago reforçam que apoiar o cinema de Saito é amplificar uma reflexão profunda sobre ancestralidade, ecoando a frase de Ailton Krenak sobre a importância de não esquecer de onde se é e de onde se veio, não só para o indivíduo, mas para o coletivo.
Produzido por uma equipe majoritariamente brasileira com ascendência asiática, “Amarela” também funciona como ponto de partida para o primeiro longa-metragem de Saito, “Crisântemo Amarelo”, novamente com a MyMama Entertainment e em coprodução com empresas da Alemanha, Japão e França. Em fase de captação, o projeto foi selecionado para o Torino Feature Lab 2024, onde recebeu prêmio de produção, e participou do TIFF Filmmaker Lab, além de contar com pré-licenciamento da ZDF/ARTE, investimento privado japonês e pré-seleção em fundos internacionais e nacional. O movimento consolida o diretor como uma das vozes mais potentes da nova geração, articulando cinema, memória e identidade nipo-brasileira em diálogo com o mundo.
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