Capitu lança curta musical “Sobreamor” no YouTube

Curta em quatro atos apresenta universo conceitual do primeiro EP da banda

Foto: Sillas H

Formada em 2021 por Camilla Araújo, Bruno Carnovale e Marco Trintinalha, a banda Capitu lança “Sobreamor”, curta-metragem musical concebido como um álbum visual e já disponível no YouTube. A obra marca a estreia pública do projeto e apresenta o universo conceitual do primeiro EP do grupo, unindo música, cinema e literatura em uma narrativa contínua. Estruturado como um filme em quatro atos, o trabalho reforça a proposta da banda de criar experiências imersivas, mais próximas de um longa sensorial do que de um simples compilado de videoclipes.

Inspirado em “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, “Sobreamor” parte do triângulo amoroso entre Capitu, Bentinho e Escobar para propor uma releitura contemporânea da história. Longe de uma adaptação literal, o curta usa o romance clássico como ponto de partida para investigar desejo, ciúme, afeto e convivência atravessados por questões de gênero, sexualidade e racialidade. Ao revisitar a célebre pergunta “Capitu traiu Bentinho?”, a narrativa desloca o foco da culpa e da moral monogâmica, abrindo espaço para outras formas de olhar para os vínculos afetivos.

Na sonoridade, Capitu transita entre indie rock, pop e neo-soul, apostando em camadas de vozes, arranjos detalhados e ritmos brasileiros incorporados de forma orgânica. O resultado é uma atmosfera que oscila entre introspecção e explosão, sensualidade e contemplação, em diálogo direto com as imagens do filme. Dirigido e roteirizado por Alice Marcone, com produção de Camilla Araújo e Adriel Maia, o curta assume o audiovisual como parte indissociável da linguagem musical, ampliando as emoções das canções a cada ato.

Na tela, Capitu é interpretada por Camilla Araújo, ao lado de Bentinho, vivido por NILA, atriz trans não-binária, e Escobar, interpretado por Chico Nobre. A trama culmina em “Desaguar”, último ato da obra, em que o conflito do triângulo amoroso se dissolve em imagens externas e sequências de forte carga sensorial. Em vez de tratar o desejo como fonte de culpa ou paranoia, o filme o ressignifica como fluxo, encontro e partilha, sugerindo novas formas de coexistência afetiva no mundo contemporâneo e afirmando o audiovisual como eixo criativo e político do projeto.

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