4ª edição da Mostra de Cinema Árabe Feminino

Mostra acontece no Rio de Janeiro, Niterói e Duque de Caxias de 17 a 25 de agosto

Crianças de Shatila Divulgação
Crianças de Shatila / Divulgação

A Mostra de Cinema Árabe Feminino chega à sua quarta edição, com exibições gratuitas no Rio de Janeiro, Niterói e Duque de Caxias. De 17 a 25 de agosto de 2024, estas três cidades receberão uma programação com 27 importantes filmes dirigidos por mulheres árabes, sejam estas residentes no mundo árabe ou cineastas em diáspora. O evento, que também inclui sessões comentadas e mesas redondas, contará com presenças internacionais da realizadora Nour Ouayda e da curadora Alia Ayman. O projeto tem produção da Partisane Filmes, da Caprisciana Produções e da Circular Filmes. Uma realização do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Paulo Gustavo, e do Centro Cultural Banco do Brasil. A curadoria, realizada pelas brasileiras Analu Bambirra e Carol Almeida e pela egípcia Alia Ayman, visa exibir filmes com linguagens artísticas e narrativas não-hegemônicas.

No Rio de Janeiro, a mostra acontecerá no Centro Cultural Banco do Brasil, centro cultural que abraçou as edições de 2019 e de 2023. Em Niterói, a mostra ocorrerá no Cine Arte UFF, espaço exibidor situado em Icaraí e vinculado à Universidade Federal Fluminense. Já em Duque de Caxias, a mostra terá um dia de exibição na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/UERJ), e dois dias no Gomeia Galpão Criativo, espaço de resistência cultural da Baixada, que abriga muitas das atividades do Cineclube Mate com Angu, parceiro do projeto.

A mostra tem por destaque os filmes:

A sensação de ser observada”. Além de ser um filme inédito no Brasil, a diretora Assia Boundaoui, cineasta e jornalista, revela uma grande operação do FBI contra a população muçulmana nos Estados Unidos, mostrando um sistema que se usa da proteção contra o “terrorismo” para assombrar a vida de civis.

A sensação de ser observada Divulgação
A sensação de ser observada / Divulgação

Cante seu conto, pequeno pássaro“. O filme de Arab Loutfi nos coloca o seguinte questionamento: o que é o conceito de terrorismo? Quem o define? O que esta definição implica?

Cante o seu conto, pequeno pássaro Divulgação
Cante o seu conto, pequeno pássaro / Divulgação

Mahdi Amel – O modo colonial de produção”. A diretora Mary Jirmanus Saba faz perguntas similares às que guiaram a curadoria: qual a responsabilidade das pessoas enquanto produtoras de imagens? A produção atual de imagens atende a uma forma colonial de produção? Como estas imagens, ao invés de mostrar a resiliência de Gaza, opta por mostrar corpos sem humanidade e a glorificação da violência?

Mahdi Amel – O modo colonial de produção Divulgação
Mahdi Amel – O modo colonial de produção / Divulgação

O seu pai nasceu há 100 anos assim como a Nakba”. A diretora Razan AlSalah fabula o retorno à Haifa através pelo google maps, uma vez que aos palestinos lhe são negados o direito ao retorno a suas terras. Ela questiona o apagamento do passado palestino pelas ruas do aplicativo, através de turismo, nomes e a própria noção de mapa.

O Seu pai nasceu com 100 anos, assim como a Nakba Divulgação
O Seu pai nasceu com 100 anos, assim como a Nakba / Divulgação

Vibrações de Gaza”. O filme de Rehab Nazzal mostra a realidade de Gaza sob a perspectiva de crianças surdas. Com diálogos em língua de sinais, elas contam como percebem o mundo. Como o som constante dos drones sobrevoando o território, assim como o som dos bombardeios, ecoam e afetam estas crianças?

Vibrações de Gaza Divulgação
Vibrações de Gaza / Divulgação

A sessão de abertura, realizada no dia 17/08 no CCBB RJ, será com o filme “Adeus Tiberíades”, longa-metragem que conta a história de Hiam Abbas, atriz de “Succession”, que representou a Palestina na busca de uma vaga ao Oscar em 2023. A programação terá uma masterclass com a diretora palestina Razan AlSalah, no dia 18/08, domingo, às 16hs, também no Centro Cultural Banco do Brasil. A atividade, que abordará os temas de trabalho e a sua trajetória dentro do cinema, contará com tradução consecutiva para o português e intérprete de LIBRAS.

Ambas as universidades públicas mencionadas estão ligadas a cursos de Cinema e Audiovisual no estado do Rio de Janeiro. Se a UFF, por um lado, possui um dos mais tradicionais e renomados cursos de Ensino Superior do país, formando diversos cineastas, curadores e críticos atuantes no cinema nacional, a UERJ promete inaugurar no ano de 2024 seu primeiro vestibular com vagas para este curso na FEBF.

Sobre a Mostra

A Mostra de Cinema Árabe Feminino, desde sua primeira edição em 2019, tem como objetivo buscar e ampliar o acesso a obras cinematográficas dirigidas por mulheres árabes. A cinematografia destes países é riquíssima porém pouquíssimo conhecida e difundida no Brasil, especialmente quando se trata de diretoras mulheres. A mostra, desta forma, carrega uma proposta política, desde 2019, de um evento contínuo que almeja pesquisar, difundir e pensar acerca de filmes realizados por mulheres árabes.
Logo, a Mostra de Cinema Árabe Feminino promove o aumento da cultura fílmica do público fluminense, assim como promove a troca cultural entre o Brasil e o mundo árabe. Não se trata de buscar uma representação única e verdadeira sobre o que é ser mulher no mundo árabe, e sim ser um evento de trocas, conexões e de ampliação de acesso.

 

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