Série animada acompanha os heróis enquanto eles lutam contra um exército de mechazoides
A cultura pop adora juntar grandes personalidades e ver o que acontece, mas nem todos os times criados são iguais. Os Vingadores podem estabelecer o maior recorde de bilheteria juntos, mas no final, eles são diversos heróis dividindo um mesmo espaço temporariamente. Em contraste, o apelo central dos Friends é que eles são, bem, amigos; separe um do bando, e você acaba com a graça.
Tales of the Teenage Mutant Ninja Turtles (sem título em português ainda) da Paramount+ parece, a princípio, que julgou mal onde os heróis se encaixam nessa turma. Seu primeiro arco de seis episódios (de uma temporada de doze) separa os quatro heróis principais, perdendo muito do relacionamento cativante que definiu o filme Tartarugas Ninjas – Caos Mutante de 2023. Mas a série segura o suficiente entusiasmo daquele filme para se manter como uma continuação digna — e eventualmente retorna para uma compreensão mais profunda do que faz as Tartarugas funcionarem como uma equipe. Se tiver curiosidade, assista o Trailer (em inglês):
A série carrega muito da vibração artesanal cativante de Caos Mutante, embora, em uma forma menos elaborada , renderizado em linhas mais limpas e simples que se encaixam no padrão televisivo: essas aventuras são apresentadas como uma história em quadrinhos rabiscada por Leonardo, o líder da gangue empunhando uma katana.
A história de Leo aparentemente continua exatamente de onde o filme parou: tendo salvo a cidade de Nova York, ele e seus irmãos estão ansiosos para voltar às atividades comuns de adolescentes, como o ensino médio e festas em casa. Mas a caminho de uma balada, eles são emboscados por Bishop, uma vilã misteriosa que decidiu que “para a sobrevivência da humanidade, todos os mutantes devem ser destruídos”. As Tartarugas são divididas no ataque, e cada um dos quatro primeiros episódios segue uma delas enquanto é perseguida por um dos mechazoides de Bishop, robôs implacáveis capazes de se atualizarem na hora.
Isso proporciona a ao enredo da série uma maneira de cada mostrar cada Tartaruga como ela é, e quem ela é por causa dos outros integrantes do grupo. O irritado Raphael pode se questionar se ele só é bom quando entra no modo “berserk”, apenas para perceber em um momento de crise, que realmente aprendeu uma ou duas coisas com o brincalhão Michelangelo, sobre como desarmar seus inimigos. Cada um pensa no outro, mas filtrado por suas próprias lentes particulares: o capítulo do nerd Donatello, mostra o confronto no estilo de um videogame dos anos 1990, enquanto o de Leo são estilizados como rabiscos de histórias em quadrinhos ainda mais grosseiros.
A série produz uma brincadeira no mundo ao redor de seus jovens protagonistas. Deixando de lado April O’Neil, poucos coadjuvantes do filme retornam para a primeira metade do show. Mas esta ainda é uma Nova York onde a festa de Leonardo pode ser interrompida por um par de vizinhos briguentos reclamando do barulho, ou onde a prisão de Raphael pode ser supervisionada por um bandido enorme com o comportamento de de um adolescente.
A ação é intensa e criativa, fazendo uso de objetos inusitado nas batalhas, como barras de chocolate e galinhas cacarejantes, mas tudo absolutamente sem uma gota de sangue. Praticamete apenas os robôs são dilacerados membro a membro nos confrontos. Mas onde a série acerta na mosca são as alegrias e frustrações de uma família. Quando as Tartarugas finalmente se reencontram, o apoio que elas demonstram umas às outras parece ainda mais legítimo porque entendemos muito bem o que isso significa para cada uma delas individualmente. Alguns podem não se identificar com o relacionamento das Tartarugas, mas qualquer um que já se sentiu limitado pelas expectativas de sua família, ou que que tenha esse sentimento familiar de apreciar um irmão, mesmo que às vezes vocês irritem um com o outros, com certeza vai.
A série está no catálogo da catálogo da Paramount+ e pode se tornar disponível para o Brasil a qualquer momento.
A matéria original é do THR
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