Programação conecta acervo histórico, lutas sociais e criação contemporânea

Em 2026, o Instituto Moreira Salles organiza uma programação que coloca a fotografia e a memória no centro de debates sobre arte, política e sociedade em São Paulo, Poços de Caldas, Rio de Janeiro e também no exterior. Na sede paulistana, o IMS exibe mostras dedicadas a Fernando Lemos e Albert Frisch, além de projetos que evidenciam arquivos periféricos, trajetórias de militância negra e cronistas visuais de grandes cidades.
Em São Paulo, a exposição Desocultação apresenta a obra multifacetada de Fernando Lemos, artista português naturalizado brasileiro, reunindo fotografia, design, escrita e pensamento crítico a partir de seu arquivo depositado no IMS desde 2019. Já Reimaginar a Amazônia. A expedição fotográfica de Albert Frisch atravessada pelas vozes do rio revisita as primeiras imagens fotográficas da região amazônica e de seus povos originários para discutir o papel colonial da fotografia no século XIX, incorporando trabalhos de artistas indígenas como Jé Hãmãgãy e Jeguakuai Charrua e de representantes das comunidades retratadas.
A programação paulistana inclui ainda Ara Güler | Istambul, com cerca de 200 imagens do fotógrafo turco associado à Magnum e reconhecido como grande cronista visual das transformações de sua cidade natal, e Zumví Arquivo afro fotográfico, que apresenta 400 fotos de um arquivo negro e periférico fundamental para a história da fotografia e do movimento negro no Brasil. A mostra Dignidade e luta: Laudelina de Campos Mello destaca a trajetória da sindicalista e ativista na luta pelo reconhecimento do trabalho doméstico e contra o racismo, enquanto a Biblioteca de Fotografia realiza uma exposição de fotolivros de mulheres em parceria com o coletivo 10×10 Photobooks.
Em Poços de Caldas, o IMS recebe Stefania Bril: desobediência pelo afeto, que ressalta o olhar da fotógrafa polonesa radicada no Brasil e seu compromisso pedagógico na difusão da arte fotográfica. A sede apresenta também a obra de Liti Guerreiro, artista da região que cria pinturas e peças a partir de materiais coletados na natureza, aproximando o público de uma produção ligada ao território e às caminhadas pela paisagem local.
Enquanto prosseguem as obras de restauro da sede da Gávea, no Rio, o IMS mantém parcerias e segue atuando em outros espaços da cidade. No Paço Imperial, a exposição Luiz Braga – Arquipélago imaginário permanece em cartaz até 1º de março de 2026, reunindo cerca de 250 fotografias produzidas ao longo de 50 anos de carreira do fotógrafo paraense, e, em Montevidéu, segue aberta até 30 de abril a mostra Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito, grande panorama da obra do fotógrafo carioca.
O cinema marca presença com uma retrospectiva de cerca de 30 filmes de Abbas Kiarostami em São Paulo e Poços de Caldas, incluindo produções raras dos anos 1970 e 1980 restauradas em 2k e títulos premiados como Gosto da cereja e O vento nos levará. Na área de educação, a Escola Escuta, no Rio, se consolida como plataforma de formação voltada à cultura e à arte, articulando diálogos com territórios populares e seus protagonistas e lançando o livro O que fazemos quando encontramos uma imagem? (em versão impressa e digital), além dos Cadernos de mediação cultural.
No campo do acervo, o IMS migra sua base de dados para a plataforma Collective Access, que passa a disponibilizar online mais de 150 mil itens de Fotografia, Iconografia, Literatura, Música, Arte Contemporânea e do Centro de Memória e Documentação. Desse conjunto, mais de 11 mil obras estão em domínio público, podendo ser baixadas e utilizadas pelo público com o devido crédito, reforçando o compromisso da instituição com o acesso democrático à memória visual e documental.
Exposição é Semana Pop
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