Não Sou Sua Diva: dança, mídia e subjetividade negra

Solo questiona como a diva da cultura pop molda padrões de beleza e a percepção da mulher negra na era das redes

Divulgação

A peça Não Sou Sua Diva, criada pela dançarina e performer Rafa’ Amauzo, estreia em São Paulo e transforma o corpo em laboratório de reflexão sobre mídia, corpo e identidade. Rafa, com trajetória nas periferias Norte e Noroeste da cidade, investiga como videoclipes, televisão e redes sociais moldam a subjetividade da mulher negra pela figura da diva. O solo propõe uma experiência em que o movimento questiona quem é visto, desejado e reconhecido pela tela.

O espetáculo questiona como esse ideal feminino se infiltrou no cotidiano a ponto de virar verbo: “divar”. Trata-se de uma reflexão sobre representatividade, padrões estéticos e expectativas de gênero, ancorada em uma pesquisa histórica que remonta o termo até 1835. Assim, a obra convida o público a enxergar a diva não apenas como imagem, mas como construção cultural com efeitos reais na vida de mulheres negras.

Na cena, uma mulher-menina manipula objetos domésticos — TV, ventilador, espelho — enquanto batidas marcadas conduzem uma jornada de três minutos em que sonhos parecem ganhar corpo. A dramaturgia transita entre o real e o imaginário, sugerindo que a diva funciona como uma santa contemporânea, que oferece conforto às casas e aos desejos, mas também impõe limites e padrões.

Circulação e acessibilidade integram o projeto: contemplado pela 5ª Edição do Edital de Apoio às Culturas Negras da Prefeitura de São Paulo, ele atua em espaços culturais da cidade com rodas de conversa, intérprete de Libras e audiodescrição em datas específicas. Rafa’ Amauzo atua nas artes cênicas, unindo dança, teatro, educação e formação em territórios periféricos.

Serviço: Não Sou Sua Diva
Gênero: Dança/Performance
Classificação etária: +14 anos
Duração: 1h30 (espetáculo + roda de conversa)
Entrada Gratuita 

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