Marcha das Mulheres Negras marca década de mobilização

Ato reúne vozes do Brasil e do mundo por reparação e Bem Viver

Brasília recebe, em 25 de novembro, a Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver. O ato marca os dez anos da mobilização de 2015, quando mais de 100 mil mulheres ocuparam a capital. Em 2025, a marcha retorna como resposta ao avanço das desigualdades. Assim, o movimento reforça a urgência de um país que assuma a reparação histórica, a justiça social e um futuro baseado em dignidade e cuidado. Mulheres de todo o Brasil e de mais de 40 países confirmaram presença.

Créditos Fran Silva

A programação começa às 9h, com Sessão Solene no Congresso Nacional. Parlamentares como Benedita da Silva, Talíria Petrone e Célia Xakriabá participam da homenagem. Para Joyce Souza, coordenadora do Odara Instituto da Mulher Negra, ocupar o Congresso é ato político e reparador. Ela lembra que mulheres negras são 28% da população, mas apenas 2% do parlamento. Logo após, às 10h, milhares de mulheres marcham pela Esplanada. Valdecir Nascimento, uma das coordenadoras do movimento, afirma que marchar é disputar o espaço público e exigir um modelo de sociedade antirracista e democrático.

À noite, às 19h30, representantes da Marcha se reúnem com o presidente do STF, ministro Edson Fachin. A comitiva leva denúncias e demandas sobre segurança pública, após episódios como a chacina da Penha. Segundo a historiadora Janira Sodré, o país ainda precisa enfrentar a violência de Estado para garantir vida e justiça ao povo negro. Ao longo do dia, a Feira das Ganhadeiras ocupa a área externa do Museu Nacional. Afroempreendedoras de diferentes regiões apresentam trabalhos que celebram saberes tradicionais e a memória das mulheres que sustentaram comunidades com seu trabalho nas ruas.

Entre 20 e 26 de novembro, a Semana por Reparação e Bem Viver reúne diálogos, feiras, apresentações artísticas e troca de experiências. De 22 a 24 de novembro, os Diálogos Globais aproximam mulheres da África, das Américas e da Europa. Para a ativista Naiara Leite, o encontro fortalece uma luta transnacional por futuros mais justos. A programação inclui ainda o Ball “1 Milhão de FQs Negras”, organizado pelo coletivo Grand Prize. O evento celebra a Cultura Ballroom e valoriza o pajubá como linguagem política e estética negra. A Marcha, marcada para o dia 25, reafirma sua força coletiva e a construção de um projeto democrático baseado no Bem Viver.

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