Vozes Vissungueiras atualiza cantos afro‑mineiros

Álbum reúne Juçara Marçal, Tiganá Santana e Sérgio Pererê em diálogo entre memória e presente

Crédito: Talita Beltrame

Vozes Vissungueiras apresenta uma escuta contemporânea dos vissungos, cantos ancestrais de matriz bantu registrados no Alto Jequitinhonha (MG) desde o século XIX. Idealizado pela Núcleo Coletivo das Artes Produções, em parceria com a Plataforma Garimpar em Minas Negras Cantos de Diamante e o Mukuá – Laboratório de Estudos sobre Vissungos, o projeto transforma tradição oral em experiência sonora atual, unindo pesquisa, criação e performance.

Com direção musical do historiador e multiartista Salloma Salomão e curadoria de Rita Teles, Luciano Mendes e Joana Corrêa, o álbum foi construído a partir de um percurso de investigações que articulam arquivos, memória comunitária e práticas musicais negras. O resultado é um repertório que preserva a cadência ritual dos cantos e amplia suas possibilidades estéticas com arranjos, timbres e texturas de hoje.

As gravações — realizadas no estúdio Mocambo Digital (Itapecerica da Serra, SP) — reúnem um time de oito músicos, além de participações especiais de Juçara Marçal, Tiganá Santana, Sérgio Pererê e do mestre vissungueiro Enilson Viríssimo. Timbres de flautas, cordas, baixos e percussões dialogam com timbila (xilofone Chopi) e polifonias vocais, evidenciando o encontro entre saber ancestral e invenção contemporânea.

Contemplado pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) via ProAC, o disco reforça a dimensão política dos vissungos como memória coletiva e resistência cultural. Nas palavras da produtora Rita Teles, trata‑se de um “chamado de ancestralidade”: levar os cantos ao público, formar novos vissungueiros e afirmar Minas Negras como fonte viva da música brasileira.

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