Filme independente gravado por 8 anos reflete vulnerabilidade, juventude e poder da arte
O longa-metragem “Aeroponto”, dirigido e roteirizado por Tico Barreto ao lado de João Miller, finaliza sua pós-produção após oito anos de gravação em Haroldo Veloso, bairro vizinho ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo. Com previsão de estreia para 2026 nos circuitos de festivais, o filme propõe um olhar sensível e realista sobre a vulnerabilidade de jovens e adultos marginalizados em um bairro abandonado, marcado por desapropriações para a construção da terceira pista do aeroporto.
A história acompanha Ciso, jovem michê e contador de histórias vivido por João Miller, que enfrenta um passado violento e busca redenção e alicerce na música. O processo de criação foi desenvolvido por meio de oficinas sociais de atuação, aproximando a equipe da experiência real dos moradores da região, muitos deles jovens expostos a múltiplas formas de violência social e abandono. Segundo o diretor, quanto mais os participantes mergulhavam em seus próprios dramas, mais profundidade e autenticidade emergiam nas cenas, tornando o resultado emocional, empático e verdadeiro.
O elenco mistura atores experientes como Igor Cotrim e Che Moais com moradores locais, promovendo o intercâmbio de experiências e valorizando as vozes da própria comunidade. “Aeroponto” não só retrata o peso das memórias de quem vive à margem, mas articula a potência da arte e da música como ferramentas de autoestima, pertencimento e autotransformação.
O filme será lançado em 2026, com prioridade para festivais que valorizam obras de impacto social ou de criação colaborativa com não-atores, especialmente em contextos de vulnerabilidade. “Aeroponto” é, assim, um convite à empatia, ao reconhecimento e à valorização de histórias que raramente chegam ao cinema tradicional.
Instagram oficial https://www.instagram.com/ticobarreto/
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