Uma Batalha Após a Outra – Review

Uma Batalha Após a Outra – Uma Invenção da Realidade

Pôster do filme Uma Batalha Após a Outra - Copyright Warner Bros
Pôster do filme Uma Batalha Após a Outra – Copyright Warner Bros

O novo longa de Paul Thomas Anderson, Uma Batalha Após a Outra, estréia nos cinemas em 25 de setembro com a promessa de ser um dos títulos mais discutidos do ano. Inspirado no livro Vineland (1990), de Thomas Pynchon, o filme transporta a sátira política (originalmente situada na era Nixon-Reagan) para um cenário que dialoga diretamente com a américa trumpista contemporânea, marcada pelo avanço de discursos extremistas, pela ascensão de figuras autoritárias e pela fragilidade das instituições democráticas nos Estados Unidos e no mundo.

A narrativa explora personagens que se vêem em meio à instalação de um regime autoritário, lidando com perseguições, resistências e contradições pessoais. Anderson constrói esse panorama sem limitar-se a um recorte político, mas expandindo-o para refletir sobre prioridades, e a atmosfera de paranóia que atravessa sociedades polarizadas.

Com quase três horas de duração, o filme transita entre drama, sátira e ação, equilibrando momentos de tensão e de humor que remetem ao espírito irônico de Pynchon. A direção de Anderson se destaca pelos movimentos de câmera (sobretudo em cenas de perseguição), enquanto a montagem dinâmica de Andy Jurgensen e a trilha sonora inquietante de Jonny Greenwood potencializam o ritmo e a intensidade das cenas. O resultado é uma experiência audiovisual que mescla lirismo e brutalidade em doses precisas.

O elenco sustenta o projeto com atuações marcantes. Leonardo DiCaprio confere complexidade ao protagonista, alternando com naturalidade entre a gravidade do drama e os momentos de humor. Teyana Taylor entrega uma performance de força e dualidade, dando densidade à personagem de linhagem revolucionária. Sean Penn, por sua vez, encarna um antagonista com maestria, despertando no público uma antipatia quase imediata a cada aparição. Já Benicio Del Toro e Regina Hall completam o conjunto com interpretações distintas em tom, mas igualmente essenciais para a riqueza da trama.

Mais do que uma ficção política, Uma Batalha Após a Outra funciona como crítica social. Anderson não apenas adapta Pynchon, mas atualiza seu espírito satírico, refletindo sobre a polarização, o medo do outro e o ressurgimento do autoritarismo. O resultado é um filme ambicioso, visualmente forte. Uma obra que provoca, inquieta e permanece ecoando depois da sessão.

 

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