Mostra reúne fotografias que conectam Amazônia e Antártica por meio de uma poética ambiental e urgente

A Casa Seva, espaço dedicado à arte, cultura e sustentabilidade, apresenta até 02 de agosto, a exposição “Uma Transa AntárticAmazônica”, com obras do fotógrafo e cineasta Jorge Bodanzky e do historiador e fotógrafo João Paulo Barbosa.
A mostra reúne 21 trabalhos que atravessam décadas de expedições e contemplações dos artistas em dois dos territórios mais emblemáticos do planeta: a Amazônia e a Antártica.
Unindo o olhar sensível à urgência ambiental, Bodanzky e Barbosa propõem uma reflexão visual sobre a interligação de ecossistemas aparentemente distantes, mas que compartilham os impactos das ações humanas.
A partir de recortes temporais e geográficos, os artistas apresentam uma narrativa que flerta com o apocalíptico e o poético, o documental e o existencial.
A construção narrativa da exposição ficou a cargo do ambientalista e artista multimídia brasileiro de origem tcheca e indígena Thiago Cóstackz, ampliando o diálogo entre arte e ativismo ambiental.
A exposição materializa o encontro de gerações por meio de um diálogo raro e potente entre artistas de trajetórias distintas, unidos pelo compromisso com a documentação e a sensibilização ambiental.
Essa troca intergeracional amplia perspectivas, reforça o caráter urgente da mostra e sustenta uma leitura provocadora e crítica sobre como nos relacionamos com o meio ambiente.
Entre cristais de gelo e densas massas verdes, as imagens revelam detalhes de uma natureza que resiste, mesmo diante de tantas ameaças.
Cada fotografia é atravessada por elementos, como: luz, sombra, matéria e tempo, conduzindo o visitante a um transe imagético que ultrapassa o campo da denúncia para alcançar também o da poesia.
Consagrado por obras
Jorge Bodanzky, cineasta e fotógrafo consagrado por obras como Iracema, uma Transa Amazônica (1974), pisou na floresta tropical ainda durante a ditadura militar e, décadas depois, navegou pela Antártica em uma expedição a bordo do icônico veleiro Kotik. João Paulo Barbosa, historiador e fotógrafo, também esteve nos dois extremos do planeta, realizando nove viagens ao continente gelado e diversas expedições pela Amazônia, inclusive com povos indígenas em áreas como o Pico da Neblina.
João Paulo Barbosa explica que “ao reunir imagens desses dois extremos, queremos provocar conexões e despertar a consciência de que tudo está interligado, o que afeta um ecossistema reverbera no outro.
A exposição é um convite à empatia ambiental e ao olhar atento, antes que esses lugares virem apenas lembrança”.
Mais do que um registro documental, “Uma Transa AntárticAmazônica” se apresenta como um manifesto visual.
“Em tempos de colapsos climáticos e debates que não ultrapassam bolhas, a exposição convida o público a se envolver de forma profunda, a ‘transar’ com os ecossistemas ameaçados no sentido de se misturar, se afetar e assumir responsabilidade.
É urgente se reconectar com os lugares que estão desaparecendo, antes que seja tarde demais”, afirma Jorge Bodanzky.
Carolina Pileggi, fundadora da Casa Seva, destaca que “a potência poética e crítica das imagens de Jorge Bodanzky e João Paulo Barbosa nos convida a enxergar a urgência da crise climática sob uma nova lente, mais sensível, humana e, sobretudo, mais consciente.
É uma mostra que nos atravessa e nos provoca a agir.”
A Casa Seva, em sua missão de promover encontros significativos entre arte e sustentabilidade, recebe essa exposição como um chamado à ação.
Durante o período da mostra, o espaço realizará atividades paralelas como visitas guiadas, rodas de conversa e oficinas que ampliam o debate sobre arte e meio ambiente.

SERVIÇO
Uma Transa AntárticAmazônica
Al. Lorena, 1257 – Casa 1
Entrada gratuita
Período de visitação: 27 de maio a 02 de agosto de 2025
Terça a Sexta, das 11h às 18h
Sábado, das 11h às 15h
Telefone: +55 (11) 94445-9595
SOBRE A CASA SEVA
A Casa Seva, o espaço expositivo dedicado à sustentabilidade, arte e cultura, foi criada para gerar impacto positivo no meio de arte e design, estimular uma rede mais sustentável por parte dos artistas, galeristas e inspirar ações e escolhas sustentáveis no dia a dia de seus visitantes, parceiros e colaboradores.
A Casa Seva acredita na arte como uma ferramenta de transformação e conscientização da potência da natureza em suas diversas formas.
Por meio de exposições, eventos, palestras e workshops, a Casa Seva busca expressar beleza, provocar reflexão e inspirar ação.
SOBRE JORGE BODANZKY
In natura é o mais recente projeto do fotógrafo e cineasta Jorge Bodanzky, conhecido por seus trabalhos de forte apelo social e ambiental.
Em sua nova série de imagens, o artista mira, mais uma vez, a natureza, retratando florestas, rios e paisagens, a partir da fusão entre o figurativo e o abstrato.
Utilizando a câmera fotográfica em movimento e sem qualquer manipulação posterior, o fotógrafo cria imagens poéticas, de beleza dinâmica.
O trabalho nasceu das investigações formais em fotografia digital empreendidas pelo cineasta.
Embora seja no âmbito do cinema o seu mais famoso trabalho, o filme Iracema: uma transa amazônica (1975), Bodanzky começou sua carreira como repórter fotográfico no Jornal da Tarde, trabalhou para O Estado de São Paulo, para as revistas Manchete e Realidade e ainda na agência Maitiry, ao lado do fotógrafo português Fernando Lemos.
Nos últimos 40 anos de carreira, realizou inúmeros filmes e exposições fotográficas, tendo o seu acervo de imagens analógicas incorporado pelo Instituto Moreira Salles.
SOBRE JOÃO PAULO BARBOSA
João Paulo Barbosa é fotógrafo, historiador e explorador visual de paisagens remotas e territórios extremos do planeta.
Ao longo de mais de três décadas de trajetória, realizou 27 grandes expedições por regiões como a Antártica, a Amazônia, os Andes, o Himalaia, o Karakoram e diversas ilhas do Índico e do Pacífico.
Seu trabalho se desenvolveu em mais de 40 países, em especial na América do Sul.
Sua pesquisa fotográfica investiga o elo entre paisagem, memória e imaginação, desdobrando-se de forma mais intensa na Antártica — território que se tornou eixo central de sua produção artística e intelectual.
Historiador da Antártica, João aborda o continente gelado como uma presença viva, quase mitológica, que resiste ao tempo e, ao mesmo tempo, revela os sinais de sua vulnerabilidade climática.
A bordo de veleiros, busca imagens que transmitam ao mundo sua dimensão física, o silêncio, o mistério e a delicadeza de um ecossistema essencial para o equilíbrio climático do planeta.

Exposição é Semana Pop
Fonte: Index Conectada
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